Há muito mais entre os tipos de café do que supõe a nossa vã filosofia. Para que cada um deles seja devidamente identificado, foi desenvolvida uma série de nomenclaturas que guiam o nosso caminho em direção ao melhor café para o nosso paladar.
Entre os mais famosos, o es(x)presso gera dúvidas logo no nome. A palavra espresso, assim, escrita com s, não existe no vocabulário português. Ela tem origem italiana, e significa “retirado sob pressão”. É com ela que explicamos perfeitamente a preparação da bebida: a quantidade exata de água quente sob pressão passa pelo café, moído em uma gramatura ideal para a máquina utilizada. Aqui, não vale se frustrar: café espresso é servido em pequena quantidade (de 25 a 35 ml), para que você possa aproveitar todas as características da bebida. Quanto mais água quente passa pelo pó, mais ativamos a cafeína, o que acaba deixando o café mais amargo.
Trazida para o vocabulário português, a palavra virou expresso para muita gente, o que causa controvérsias. O significado das palavras não apenas é diferente, como também não se encaixa. Expresso significa enviado rapidamente, o que não condiz com as técnicas de preparo da receita italiana. Nela, o barista toma seu tempo e prepara a bebida devagar, com atenção aos detalhes. Ele moi o grão na hora, na granulação correta e com o blend solicitado pelo cliente, adiciona ao filtro a quantidade exata do pó, distribuída de maneira uniforme, posiciona a xícara – que está na temperatura certa para não esfriar a bebida nem queimar o cliente, e finalmente realiza a extração. O bom café expresso leva tempo para chegar à mesa e é degustado com calma, para que a gente possa aproveitar todas as suas características, usando todos os nossos sentidos.