Quem diria que o café, uma bebida que teve sua origem no século VII e faz parte de diversos povos ao redor do mundo, poderia entrar em extinção. Sim, gostaríamos que fosse fake news, mas não é – o seu cafezinho tem risco de acabar pra sempre. Originária do continente africano, a planta sempre carregou consigo grande importância social, uma vez que podia ser utilizada para fins medicinais e gastronômicos, até conquistar os holandeses e, consequentemente, o mundo.
A produção de café é incessante em escala mundial – Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia carregam o posto de maiores produtores da bebida atualmente. Mas se a produção vai bem e o consumo melhor ainda, por que o café corre o risco de extinção? Bom, o grande vilão dessa história a gente já conhece – o aquecimento global. De acordo com o Instituto Australiano do Clima, o fenômeno vai reduzir a área de cultivo do café pela metade até 2050. Levando em conta que o consumo anual em 2018 é de 157,59 milhões de sacas, podemos deduzir que muita gente vai sentir falta de um cafezinho em sua xícara.
Em um primeiro momento, áreas em altitudes que não sofrem muito com o calor não sofrerão tanto o impacto, como as regiões da África Ocidental, por exemplo. Um país como a Tanzânia não tem a mesma sorte – perde 140 quilos de café por ano a cada grau a mais no termômetro. Isso equivale a 12 mil xícaras a menos. “Ainda não sabemos se são de fato mudanças ou se é apenas um ciclo natural do clima, mas a função da ciência é antever este perigo e desenvolver plantas adequadas às futuras condições, buscando mais produtividade e qualidade, além da redução do custo de produção, para garantir o suprimento a este mercado.” afirmou o especialista da Embrapa em entrevista à BBC News Brasil. Desde 2004, cientistas estão trabalhando no cruzamento de espécies a fim de gerar plantas mais resistentes e adaptáveis a temperaturas acima dos 28ºC, faixa recomendada para o cultivo da planta Arábica, por exemplo.
A WCR (Instituto Mundial de Pesquisa em Café) acredita que algumas espécies da planta têm potencial para superar esse risco, por meio de cruzamento ou de cultivo, mas que isso não acontecerá da noite para o dia. Para nós, amantes do café, cabe fazer a nossa parte cuidando do meio ambiente e claro, aproveitando cada xícara de café que tomamos todos os dias.
Fontes: Superinteressante; Yara Brasil; Embrapa; BBC News Brasil