Você conhece a relação entre o café e os Jogos Olímpicos?

Você pode até gostar de esportes e café, mas não deve saber que os dois são mais próximos que você imagina.

Falta pouco para as Olimpíadas do Rio, será a primeira realizada na América do Sul e a expectativa é grande. São esperados mais de 10 mil atletas e aproximadamente 1 milhão de turistas na Cidade Maravilhosa, mas você já deve estar por dentro dessas informações. Agora, você sabia que a história olímpica, não só brasileira, se confunde com a do café?

Pois é, pode parecer absurdo, mas até os Jogos de Sydney (2000) a cafeína era considerada doping. Se um atleta de 75kg fosse pego com 12 miligramas de cafeína por litro de urina ele corria um sério risco de ser suspenso. Essa quantidade é o equivalente a tomar quatro xícaras de café espresso.

Nos jogos seguintes, em Atenas (2004), o Comitê Olímpico Internacional retirou a cafeína da lista de substâncias proibidas por não haver estudos que comprovassem sua relação com o aumento do desempenho dos competidores. Bom para os atletas que puderam voltar a tomar seu cafezinho em paz.

Já o Brasil tem algumas histórias olímpicas curiosas com o grão que tanto amamos. O ano era 1932 e o mundo ainda sofria os efeitos da Grande Depressão, causada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, na época os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. A importação diminuiu muito com a crise e os preços do nosso produto caíram drasticamente, obrigando o governo a queimar toneladas e toneladas do grão para tentar salvar a economia.

 
Mas, depois dessa contextualização, voltemos aos Jogos Olímpicos. A competição aconteceria em Los Angeles e o governo brasileiro não tinha condições de mandar os atletas para nos representar. A solução encontrada foi abastecer o navio Itaquicê, que levaria a delegação, com aproximadamente 50 mil sacas de café e os atletas precisariam vendê-las em cada parada durante o trajeto a fim de custear a sua viagem. Quem não conseguisse, teria que voltar para casa.

As vendas foram um fiasco e os chefes de delegação tiveram que decidir quem tinha mais chance de fazer bonito. Alguns pagaram o valor do próprio bolso e, ao todo, 67 atletas brasileiros participaram daquela edição dos Jogos. Dentre eles, uma única mulher: a nadadora Maria Lenk, a primeira mulher sul-americana a participar das Olimpíadas.

Ela foi uma das que custeou a própria passagem, porém, sem o apoio da família e amigos, precisou improvisar. Então comprou alguns quilos de café no porto de Santos e fez um acordo com o capitão do navio que pagaria a passagem no destino final. Durante o trajeto ela vendeu xícaras de café para os passageiros e conseguiu o dinheiro necessário.

Em termos de medalhas a participação brasileira em Los Angeles 1932 não foi muito boa. Aliás, nada boa. Não ganhamos nenhuma prova, apesar do esforço dos nossos bravos atletas. Mas pelo menos restaram grandes histórias para contar.

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